O consentimento é uma das coisas mais importantes dentro do aprendizado da educação socioemocional. Eu diria que é a coisa mais importante entre as relações de qualquer natureza.
A palavra “consentimento” traz em si mesma um ensinamento importante pois tem sua origem no latim “consentire”, que significa “sentir junto”, “concordar”, “estar de acordo”. É formada a partir da junção do prefixo “con-” que indica união, e do verbo “sentire” que significa sentir.
Precisamos do consentimento do outro para nos relacionarmos. Todos os nossos movimentos, verbais e corporais, em direção ao outro devem ser precedidos pelo ato de consentir, ou seja, estar de acordo, concordar.
Isto significa que para facilitar nossa comunicação e estabelecer relacionamentos interpessoais saudáveis, o primeiro passo é o consentimento.
Isto vale para crianças e adultos. Por exemplo, se quero abraçar, antes preciso perguntar, pedir o consentimento de quem será abraçado. Às vezes banalizamos estes atos, principalmente com as crianças, ao mandá-las abraçar, por educação. Se em alguns momentos a criança não quer abraçar, ainda que seja aquele titio querido ou amigo íntimo da família, tudo bem! Precisamos respeitar.
É importante que cada um cresça aprendendo que não é não. Que obter o consentimento do outro para qualquer aproximação é condição sine qua non para construir relações respeitosas e de empatia.
E, quando alguém que você gosta estiver triste ou aborrecido, antes de começar a debulhar sua lista de conselhos ou já ir abraçando, pergunte o que o outro precisa, esteja pronto e atento para ouvir e atuar a partir da necessidade do outro e não do que você acredita ser o melhor para a pessoa.
Às vezes será um abraço afetuoso, em outras, uma escuta atenta e sem julgamentos será o suficiente para fazer a pessoa se sentir melhor. Sentir junto é a melhor forma de expressar seu apreço pelo outro.
Mariza Hawa Soares, mãe, terapeuta cabalista e pesquisadora das emoções humanas.