O Cyberbullying é uma modalidade de bullying que acontece por meio das tecnologias digitais: redes sociais, e-mails, plataformas de mensagens, plataformas utilizadas para jogos e celulares. É uma prática agressiva de intimidações e perseguições que acontece no ambiente virtual e por esse motivo acabam tomando proporções muito maiores que o bullying propriamente dito, pois no ambiente virtual os agressores utilizam apelidos ou perfis fakes – o que dificulta a identificação dos mesmos – e a velocidade que essa agressividade se propaga é tão grande que acaba encontrando outros portadores dessa capacidade de espalhar o ódio e atacar pessoas feridas emocionalmente. O mais assustador é que esses ataques estão acontecendo com uma frequência cada vez maior e isso tem destruído muitas vidas.
O período de afastamento social ocorrido por consequência da pandemia do novo Coronavírus, acabou fazendo com que as pessoas utilizassem as tecnologias digitais com mais frequência, seja por conta das atividades escolares, que foram transferidas para o ensino remoto, ou até mesmo como uma alternativa para manter contato e interagir com as pessoas que no momento não podiam estar mais próximas, já que essa era a principal maneira de reduzir a transmissão de um vírus ainda pouco conhecido, mas de alto risco para uma grande parte da população mundial. Sim…podemos afirmar, sem sombras de dúvida, que para muitos a internet foi a “salvação” nesses dias tão solitários e confusos que surgiram de repente e mudaram toda a rotina a que já estávamos habituados. Em contrapartida, o ócio, a mente vazia e a confusão interna que tudo isso causou nas pessoas que não estavam preparadas e principalmente naquelas que já apresentavam um perfil agressivo, de ataque e desamor, “explodiu” como uma bomba e transformou a internet num território de ofensas, ataques, atitudes preconceituosas, deboche, propagação de fake news (envolvendo a vida de outras pessoas) e tentativas constantes de diminuir, menosprezar e apontar defeitos no outro. É inaceitável o que tem acontecido no mundo virtual. A internet se transformou numa verdadeira ameaça para a sanidade mental daqueles que ali se encontram.
A internet é capaz de nos proporcionar um mundo de possibilidades positivas nos mais diversos setores da vida: divulgação de trabalhos, pesquisas, cursos, possibilidade de conhecer novas culturas, auto ajuda, mensagens de otimismo e outras tantas que poderíamos ficar aqui citando por um bom tempo, porém, nas mãos daqueles que na maioria das vezes não sabem lidar com seus próprios conflitos internos, ela acaba virando uma ameaça, pois na grande maioria das vezes, são esses que descontam suas frustrações em pessoas que nada têm a ver com isso. E o resultado disso causa danos duradouros, físicos (cansaço, perda de sono), mentais (constrangimento, raiva) e emocionais (vergonha, desinteresse pelas coisas que ama).
Quando configura crime contra a honra, injúria racial, exposição de imagens de conteúdo íntimo, erótico ou sexual o cyberbullying é passível de punição por meio do Código Penal. Em todos os casos as penas podem chegar a quatro anos de reclusão. Na esfera civil os agressores podem pagar indenizações por danos morais. Vale ressaltar, que no caso de agressores menores de idade são os responsáveis que responderão pelo crime. O trabalho de investigação policial, através do rastreamento dos perfis e e-mails utilizados pelos agressores e que podem ser descobertos pela análise do endereço de IP (“endereço” que registra e identifica qualquer ponto de internet), consegue chegar aos autores dessa prática para que as devidas providências sejam tomadas. As redes sociais e demais plataformas onde essa prática costuma acontecer também possuem um canal de denúncias e, geralmente, a vítima tem a possibilidade de bloquear os perfis que estão cometendo essas agressões.
A punição existe, mas é necessário também que vítimas e agressores façam acompanhamento psicológico e tratem de suas feridas internas para que isso não se transforme num ciclo vicioso. Os primeiros pelo dano causado por seus agressores e os segundos pela necessidade e o simples prazer de atacar o outro para causar dor e sofrimento.
As pessoas precisam se respeitar. Quando uma brincadeira não está sendo bem recebida pelo outro, ela se transforma numa ofensa e esse é o momento de parar e refletir ao invés de dar continuidade a algo que pode acabar destruindo a vida de uma família inteira.
Artigo escrito por: Roberta Barbosa Monteiro, Pedagoga e Professora do Ensino Fundamental
Referências bibliográficas:
https://www.unicef.org/brazil/cyberbullying-o-que-eh-e-como-para-lo
https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/cyberbullying.htm