As palavras “feria” ou “feriae” significam igualmente “dia de descanso ou dedicado a festas” em latim. É simbólico que o povo romano entendesse já no século III d. C. essa dualidade (ação e pausa) tão necessária para a nossa existência. Passados seis meses do ano, chegamos ao mês de julho e as férias escolares. Um período importante para as crianças que pode ser, muitas vezes, desafiador para nós, seus familiares e tutores, que temos que tirar da cartola um plano para as férias.
É impossível falar de férias sem destacar a imensa diversidade de realidades que existem num país tão continental como o Brasil. A experiência “férias” para uma criança de classe média é completamente diferente do que a experimentada por uma criança de uma família com menos acessos que utiliza, por exemplo, a rede escolar como pilar para alimentação. O desafio é grande também para quem tem filhos, filhos neurodivergentes, no espectro do autismo ou deficientes.
Independente da natureza e do tamanho do seu desafio, nós, adultos, precisamos de inteligência emocional para equilibrar os pratinhos dos sentimentos e transformar positivamente a nossa realidade para as férias. O caminho é aquele cujos sentimentos estão em harmonia. É uma armadilha buscar apenas boas sensações. Afinal, o medo é importante para a sobrevivência, o nojo pode nos proteger de comer algo estragado e a empatia é essencial num mundo tão diverso.
Projetar as férias como um capítulo perfeito da vida da sua família pode ser o primeiro passo para o fracasso. Mais realista é pensar nas férias escolares com as dualidades dos romanos. Seja na casa da avó, na colônia de férias ou em casa mesmo. De forma muito objetiva, mesmo que você não consiga tirar férias ou ter mais tempo extra com a sua família, o melhor plano sempre será aquele com atividades e momentos que promovam a conexão com a sua criança.